Assistindo séries ao longo de anos sempre foi possível pegar algumas mensagens, as que eu sempre levarei comigo são aquelas que dizem para você ser você mesmo, sabe, valores morais e coisas do tipo. As séries também sempre deixaram claro que a mentira é como um buraco e quanto mais você cava (mente) fica mais difícil é sair, então é mostrado que conviver com a mentira é horrível (e realmente é) e o mesmo eu posso dizer da omissão, esconder a verdade, esconder seus sentimentos e esconder acima de tudo quem você é, é algo corrosivo, sofrível e indigno. Bobby Griffith pensava assim também e Bobby Griffith está morto.
O fato de “Prayers for Bobby” ser um filme feito em cima de fatos reais torna tudo ainda mais sóbrio, emocionante e tenso. Bobby era gay. Bobby não era aceito pela mãe. Bobby se suicidou.A construção da história de Bobby Griffith foi perfeita. Gay não aceito pela mãe encontra o amor de sua vida, mas não consegue ser feliz e deixar de pensar que Deus não o amava e que ele era indigno de viver (idéias de sua mãe) e com isso acaba saltando de uma ponte, morrendo na hora estraçalhado por um caminhão de 18 rodas.
Os anos 70/80 devem ter sido horríveis neste aspecto, a “peste gay” (AIDS) pelo mundo, muitos dos gays não tem o apoio de suas famílias e ainda por cima ouvindo que eram indignos do amor de Deus.
“Prayers for Bobby” não conta somente a história de Bobby, conta também a história de uma mãe e também, porque não, Deus.
Sigourney Weaver chega à perfeição e dá de presente ao telespectador uma das melhores atuações que eu já vi em toda minha vida. Ela é fantástica e faz nós colher Mary Griffith, personagem que em muitos momentos deveria ser odiada, mas que de vilã em potêncial, acaba virando uma das mocinhas da história.
Seguindo o molde do que foi dito no primeiro parágrafo sobre Bobby, sobre Mary eu posso dizer que ela também enfrentou seus dilemas e mudou seus preceitos. A maior culpada da morte de Bobby Griffith foi sim sua mãe, Mary Griffth, ela ajudou a cavar a cova de seu próprio filho. Sua idéia de negação, de não amor e indignidade entraram em Bobby pequenas, mas cresceram e fizeram tudo acabar como acabou.
Após o morte de Bobby é como se começasse um segundo filme, uma espécie de redenção de Mary Griffth. A personagem foi consumida pela culpa, mas ao invés de ficar feliz por ver a personagem sofrer, eu chorei (e qualquer um que assistir irá chorar), mães são mães e não importa o que elas façam e como elas façam, elas fazem pensando no melhor para seus filhos. Mary tinha uma conduta, para ela aquilo estava certo, afinal, ela seguiu o livro, o grande livro que atravessa séculos, a Bíblia. Mas depois ver que nem tudo é como ela havia interpretado e que além do mais, a Bíblia é um livro escrito por mortais, eu poderia escrever uma, você outra e Mary Griffth também, ela muda sua conduta.
E é também após o suicídio de Bobby que o chororo começa. O desespero de Sigourney Weaver emprestado para personagem é tocante. Todas as cenas em que a personagem aparece após a morte de seu filho são perfeitas e dignas. Desde o momento em que ela recebe a notícia da morte até, passando por quando ela sonha que ele estava vivo, até a última cena, aonde Mary abraça um garoto na parada gay enquanto ela desfilava pela PFLAG. Mas mais emocionante mesmo é o discurso da personagem quando ela aparece na televisão. Uma cena digna e perfeita, ali aconteceu a real redenção de Mary Griffth.
“Prayers For Bobby” é um filme todo emoções, indico a todos (e um conselho, assistam com um lenço do lado) e com Sigourney Weaver em sua melhor forma, simplesmente perfeita.
Genero: Biografia / Drama
Diretor: Russel Mulcahy
Legendado
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Um comentário:
Choro
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